Após a vinda da família real para o Brasil em 1808, o Brasil passou por várias transformações, e entre elas, a elevação a Reino Unido. Criado em 1815, o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve só ganhou uma bandeira em 13 de maio de 1816. O trecho dessa lei, criando as armas desses três reinos foi reproduzido em sua parte principal no livro "A Bandeira do Brasil": "Dom João, por graça de Deus, Rei do Reino Unido de Portugal, e do Brasil, e Algarve, d'aquém e d'além-mar em África, Senhor de Guiné, e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia, e da Índia, etc. Faço saber aos que a presente Carta de Lei virem: Que tendo sido servido unir os meus Reinos de Portugal, Brasil e Algarve, para que juntos constituíssem, como efetivamente constituem um só e mesmo Reino: é regular e conseqüente o incorporar em um só Escudo Real das Armas de todos os três Reinos, assim da mesma forma, que o Senhor Rei Dom Afonso Terceiro, de gloriosa memória, unindo outrora o Reino do Algarve ao de Portugal, uniu também as suas Armas respectivas: e ocorrendo que para este efeito o meu Reino do Brasil ainda não tem Armas, que caracterizem a bem merecida preeminência que me aprouve exaltá-lo, hei por bem, e me apraz ordenar o seguinte:
I. Que o Reino do Brasil tenha por Armas uma Esfera Armilar de Ouro em campo azul.
II. Que o Escudo Real
Português, inscrito na dita Esfera Armilar de Ouro em campo azul, com
uma Coroa sobreposta, fique sendo de hoje em diante as Armas do Reino
Unido de Portugal, e do Brasil e Algarve, e das mais Partes integrantes
da minha Monarquia.
III. Que estas novas Armas
sejam por conseguinte as que uniformemente se hajam de empregar em todos
os Estandartes, Bandeira, Selos Reais, e Cunho de Moedas, assim como em
tudo mais, em que até agora se tenha feito uso das Armas precedentes".
Assim sendo, estava criada a Bandeira do Reino Unido de Portugal, Brasil
e Algarve."
Criada em conseqüência da elevação do Brasil à categoria de Reino, em
1815, presidiu as lutas contra Artigas, a incorporação da Cisplatina, a
Revolução Pernambucana de 1817 e, principalmente, a conscientização de
nossas lideranças quanto à necessidade e à urgência de nossa emancipação
política. O Brasil está representando nessa bandeira pela esfera
armilar de ouro, em campo azul, que passou a constituir as Armas do
Brasil Reino.
Em 1821 - portanto, cinco anos depois - as cortes constituintes
potuguesas decretaram que o campo da bandeira fosse azul e branca, "por
serem cores do escudo de Afonso Henriques". Nela desaparecia a esfera
armilar, como se a Bandeira Constitucional não representasse mais o
Reino Unido.
Um ano depois de instituída esta bandeira, "as cores do escudo de Afonso Henriques", apostas no tope dos uniformes militares de D. Pedro I e de sua guarda de honra eram arrancadas na colina do Ipiranga, no memorável Sete de Setembro de 1822.
Brasão
Nas bandeiras militares, a fita surge colorida singularmente apenas de prata com a inscrição retirada d'Os Lusíadas: "Esta é a ditosa Pátria minha amada".
As armas podem-se dividir em duas metades distintas, embora não seja frequente essa distinção na heráldica portuguesa: as armas maiores são as aqui representadas, ao passo que as armas menores consistem apenas do escudo tradicional (representado na bandeira portuguesa) sobreposto à esfera armilar, sem mais enfeites.
Quanto ao seu significado, a explicação lendária do escudo de prata carregado de escudetes azuis besantados de prata nasceria da mítica batalha de Ourique, na qual Cristo teria aparecido a D. Afonso Henriques prometendo-lhe a vitória, se adoptasse por armas as suas chagas (em número de cinco, donde os cinco escudetes em quincunce); sobre a origem dos besantes, diz-se ser a representação dos trinta dinheiros pelos quais Judas vendeu Jesus aos romanos (dobrando-se o número cinco no escudete central, por forma a totalizar trinta e não vinte cinco). Contudo, sabe-se pelos selos régios e numismática que o número de besantes mudou bastante ao longo das primeiras dinastias, e que a história de Ourique é um mito, logo havendo um significado heráldico, não poderia ser esse. Outros afirmam ser a prova da soberania portuguesa face a Leão, pelo direito que assistia ao soberano de cunhar moeda própria - de que os besantes mais não são que a constatação heráldica desse facto.
A bordadura de vermelho carregada de sete castelos de ouro representa, segundo a tradição, o antigo reino mouro do Algarve, conquistado por Afonso III em 1249; a sua origem, porém, é muito mais obscura, sendo que, por Afonso III ser colateral de Sancho II, não poder usar armas limpas - e dessa forma, para marcar a diferença face às armas do pai e do irmão, foi buscar às armas maternas (de Castela), o elemento central para o distinguir (os castelos em bordadura vermelha, tal como as armas de Castela eram um castelo de ouro sobre fundo vermelho). Para além disso, a bordadura, em certos momentos da história, já possuiu mais do que os sete castelos actuais.
Enfim, a esfera armilar de ouro, símbolo pessoal de D. Manuel I representa a expansão marítima dos Portugueses ao longo dos séculos XV e XVI. Historicamente, a associação da esfera armilar a D. Manuel deu-se aquando da sua investidura no Ducado de Beja por D. João II, em 1484, logo após o assassínio do seu irmão D. Diogo, Duque de Viseu, tendo D. João concedido a D. Manuel, por empresa a esfera armilar, e por mote a misteriosa palavra Spera (que, pela confusão entre o p e o dígrafo ph, com valor de f, acabou sendo lida como Sfera, criando um jogo de palavras entre a esfera, como representação do mundo, e a espera de D. Manuel para alcançar um trono ao qual nunca havia pensado chegar).
Um ano depois de instituída esta bandeira, "as cores do escudo de Afonso Henriques", apostas no tope dos uniformes militares de D. Pedro I e de sua guarda de honra eram arrancadas na colina do Ipiranga, no memorável Sete de Setembro de 1822.
Brasão
As armas podem-se dividir em duas metades distintas, embora não seja frequente essa distinção na heráldica portuguesa: as armas maiores são as aqui representadas, ao passo que as armas menores consistem apenas do escudo tradicional (representado na bandeira portuguesa) sobreposto à esfera armilar, sem mais enfeites.
Quanto ao seu significado, a explicação lendária do escudo de prata carregado de escudetes azuis besantados de prata nasceria da mítica batalha de Ourique, na qual Cristo teria aparecido a D. Afonso Henriques prometendo-lhe a vitória, se adoptasse por armas as suas chagas (em número de cinco, donde os cinco escudetes em quincunce); sobre a origem dos besantes, diz-se ser a representação dos trinta dinheiros pelos quais Judas vendeu Jesus aos romanos (dobrando-se o número cinco no escudete central, por forma a totalizar trinta e não vinte cinco). Contudo, sabe-se pelos selos régios e numismática que o número de besantes mudou bastante ao longo das primeiras dinastias, e que a história de Ourique é um mito, logo havendo um significado heráldico, não poderia ser esse. Outros afirmam ser a prova da soberania portuguesa face a Leão, pelo direito que assistia ao soberano de cunhar moeda própria - de que os besantes mais não são que a constatação heráldica desse facto.
A bordadura de vermelho carregada de sete castelos de ouro representa, segundo a tradição, o antigo reino mouro do Algarve, conquistado por Afonso III em 1249; a sua origem, porém, é muito mais obscura, sendo que, por Afonso III ser colateral de Sancho II, não poder usar armas limpas - e dessa forma, para marcar a diferença face às armas do pai e do irmão, foi buscar às armas maternas (de Castela), o elemento central para o distinguir (os castelos em bordadura vermelha, tal como as armas de Castela eram um castelo de ouro sobre fundo vermelho). Para além disso, a bordadura, em certos momentos da história, já possuiu mais do que os sete castelos actuais.
Enfim, a esfera armilar de ouro, símbolo pessoal de D. Manuel I representa a expansão marítima dos Portugueses ao longo dos séculos XV e XVI. Historicamente, a associação da esfera armilar a D. Manuel deu-se aquando da sua investidura no Ducado de Beja por D. João II, em 1484, logo após o assassínio do seu irmão D. Diogo, Duque de Viseu, tendo D. João concedido a D. Manuel, por empresa a esfera armilar, e por mote a misteriosa palavra Spera (que, pela confusão entre o p e o dígrafo ph, com valor de f, acabou sendo lida como Sfera, criando um jogo de palavras entre a esfera, como representação do mundo, e a espera de D. Manuel para alcançar um trono ao qual nunca havia pensado chegar).
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